Especialistas apontam possibilidade de segunda onda de covid-19
"Devemos permanecer muito atentos e com máximo de rigor na adesão às medidas de prevenção", afirmou o professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas e infectologista, André Giglio Bueno
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Foto: Lucas Selvati/JI
Da Redação
As projeções divulgadas no último boletim InfoGripe, que indicam uma probabilidade moderada de aumento das infecções por covid-19 no Estado de São Paulo, contrastam com a realidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC) nas últimas semanas. Segundo nota técnica publicada pelo Observatório PUC- Campinas, os 1,51 mil casos registrados na 44ª Semana Epidemiológica, que corresponde ao período do último dia 25 ao último dia 31, registrou um aumento de 11,48% em relação à semana anterior.
A situação do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas) segue a mesma da RMC, pois apesar da variação de casos ser 7,31% negativa, o número de mortes foi superior em comparação com a semana anterior: um aumento de 4% na DRS-Campinas e 6,97% na RMC.
Situação
Segundo o professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas e infectologista, André Giglio Bueno, as estatísticas, somadas à ocupação de leitos de UTI abaixo de 60%, seguem indicando uma tendência de desaceleração da pandemia na região. No entanto, o especialista cita que as projeções são pessimistas para algumas regiões do Estado, “além disso, há a segunda onda de coronavírus na Europa, para alertar a população em relação aos riscos ainda existentes”, destacou o médico.
“Devemos permanecer muito atentos e com máximo de rigor na adesão às medidas de prevenção. Em uma atitude bastante prudente, a prefeitura de Campinas divulgou, recentemente, que está em elaboração o plano de contingência do município para uma eventual segunda onda. O risco de ocorrência de aumento no número de casos de síndrome respiratória aguda nas próximas semanas é um indicativo de que devemos nos manter em alerta”, reforça André.
Economia
Os empresários continuam sofrendo o impacto da pandemia na economia do País. A nota técnica do Observatório PUC-Campinas mostra que todos os setores (Indústria, Serviços e Comércio) estão com resultados piores em relação ao ano passado. Além disso, os dados do mercado de trabalho indicam a dificuldade de consumo das famílias, sobretudo com o fim ou redução dos programas de transferência de renda, como o auxílio emergencial.
“De forma pragmática, a sustentabilidade da retomada econômica depende dessa capacidade de consumo das famílias, da política de gastos públicos e da recuperação da economia global”, frisa o economista Paulo Oliveira, que coordena as análises relativas à covid-19 no Observatório PUC-Campinas.