Especialista explica sobre aparecimento de doenças alérgicas no outono
As alergias podem acometer o sistema respiratório, desde o nariz até os brônquios

Foto:Arquivo JI/13.08.2019
Da Redação
Com a chegada do outono, doenças alérgicas estão mais propensas a surgir, por conta das mudanças climáticas que ocorrem nesta época, que facilitam a proliferação de ácaros, os desencadeadores de alergias. Outras condições que facilitam o aparecimento das alergias são a queda de temperatura, ambientes mais fechados e a piora da qualidade do ar nesta época.
Em entrevista ao Jornal de Itatiba – JI, a pediatra Cláudia Lobo Cesar explicou que as pessoas que apresentam alergia respiratória são indivíduos geneticamente predispostos que, quando entram em contato com agentes do ambiente – como ácaros, fungos e pólens -, desencadeiam uma resposta exagerada do sistema imunológico, chamada de hipersensibilidade, como se o sistema imunológico considerasse o agente mais agressivo do que realmente é. “A herança genética é a base para ter a alergia, mas é necessária a associação com fatores ambientais”.
Sintomas
As alergias podem acometer o sistema respiratório, desde o nariz até os brônquios, e os tipos mais comuns são a rinite alérgica e a asma brônquica.
A asma tem como sintomas as crises de falta de ar, chiado e sensação de aperto no peito, podendo ser acompanhadas de tosse, que pode ser recorrente, devido fatores ambientais que não chegam a causar falta de ar, porém a alergia já pode ser considerada asma brônquica. “Crises de espirro, coriza, coceira e entupimento nasal são sintomas da rinite alérgica, que também podem atingir os olhos, ouvidos e a garganta”.
A pediatra explica que ambas as alergias têm muito em comum. “Cerca de 80% das pessoas que têm asma também apresentam rinite. Por outro lado, a rinite alérgica é considerada um fator de risco para a asma, sendo observado que cerca de 40% das pessoas com rinite apresentam asma”.
Alergias e covid-19
A pediatra alerta que é importante não confundir os sintomas de alergia com os do novo coronavírus, embora alguns sejam semelhantes. “Falta de ar e tosse seca também são sintomas provocados pelo coronavírus, porém, nos quadros alérgicos em geral, não há a presença da febre, dor no corpo, mal-estar, entre outros, já que o coronavírus é uma infecção, e não alergia. Na dúvida, é melhor pedir a avaliação de um médico”.
Segundo a especialista, as pessoas que apresentam, principalmente, asma brônquica, são consideradas como de risco para a covid-19, porém, se estiverem com os sintomas de alergia controlados, têm o mesmo risco de se infectar que as outras pessoas.
“De acordo com a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia, as pessoas alérgicas aparentemente não apresentam maior risco de ter a doença mais grave por coronavírus, mas podem ter seus sintomas de alergia piorados pela infecção, como pode ocorrer com qualquer outra infecção respiratória viral”, finaliza Cláudia.