Entenda como as criptomoedas impactaram o sistema bancário tradicional
Ativos digitais estão trazendo uma revolução importante às finanças
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Nos últimos anos, as criptomoedas têm causado um impacto significativo no sistema bancário tradicional, desafiando as estruturas convencionais e remodelando a paisagem financeira global. Nomes como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e a rede Ripple trouxeram mudanças significativas para as finanças globais.
Esse impacto pode ser observado em várias áreas, mas a maior delas foi no acesso das pessoas ao dinheiro. Durante anos, os grandes bancos impuseram barreiras de custo e burocracia que impediam as pessoas (especialmente os mais pobres) de terem contas em bancos.
Não é à toa que, de acordo com o Banco Mundial, mais de um terço da população da Terra não tem acesso a contas bancárias. Mas isso mudou com as criptomoedas, que fizeram cada indivíduo poder ter um banco dentro do seu bolso. Por isso, o texto de hoje mostrará como as criptomoedas impactaram o sistema bancário tradicional.
Fim dos bancos como intermediários
Uma das maneiras mais óbvias pelas quais as criptomoedas impactaram o sistema bancário é através da desintermediação financeira. Ou seja, retirar os bancos da posição de intermediário necessário para enviar dinheiro.
Com o uso da blockchain, as criptomoedas permitem a realização de transações diretas entre as partes. Se duas pessoas têm um celular e uma carteira de Bitcoin, elas podem enviar BTC uma para a outra sem depender da autorização de nenhuma empresa ou governo.
Dessa forma, as criptomoedas retiram os bancos ou instituições financeiras da equação, permitindo o uso de dinheiro sem a necessidade de se abrir uma conta. Isso significa que as pessoas podem enviar e receber dinheiro de modo mais rápido, barato e eficiente, sem depender de terceiros para facilitar as transações.
Trata-se de uma solução simples e barata para fornecer serviços financeiros aos mais de 2 bilhões de pessoas que não possuem acesso a bancos.
Mais inovação e concorrência
Outro problema do sistema bancário é a falta de concorrência, pois se trata de um setor bastante regulado pelo governo. No Brasil, por exemplo, mesmo com o crescimento dos bancos digitais, apenas cinco bancos dominam a maior parte do mercado de mais de 200 milhões de pessoas.
Nesse sentido, o surgimento das criptomoedas também está impulsionando a concorrência e a inovação no setor bancário tradicional. Não se trata de uma “falsa concorrência” entre bancos grandes, mas, sim, uma ameaça real. As criptomoedas são concorrentes até da bolsa de valores, já que muitos brasileiros têm mais criptomoedas do que ações.
Os bancos estão sendo desafiados a se adaptar às mudanças tecnológicas e a desenvolver soluções mais eficientes. O Pix, por exemplo, foi uma inovação criada para tentar competir com a agilidade de pagamento das criptomoedas.
Criado em 2020, o Pix emula duas características das criptomoedas: transações instantâneas e 24 horas por dia, além dos custos baixos. E essa pressão concorrencial das criptomoedas beneficia a população, que ganha acesso a serviços melhores.
Desafios regulatórios
No entanto, o impacto das criptomoedas no sistema bancário tradicional não está isento de desafios. Em resposta ao avanço das criptomoedas, muitos países estão utilizando a lei para tentar acompanhar ou até frear esse movimento.
Cada vez mais os governos buscam maneiras de regulamentar e supervisionar esse mercado em constante mudança. Em muitos países, como na China e na Nigéria, os governos criaram suas próprias versões de moedas digitais para tentar acompanhar esse avanço e dissuadir a população de usar criptomoedas.
Outros países chegaram a restringir e até proibir o uso dessas tecnologias, citando preocupações com segurança do consumidor, lavagem de dinheiro, evasão fiscal e estabilidade financeira, o que pode ter implicações significativas para o futuro das criptomoedas e seu impacto no sistema bancário.
Em resumo, as criptomoedas têm tido um impacto profundo no sistema bancário tradicional, transformando a maneira como as transações são realizadas, promovendo a inclusão financeira e desafiando as estruturas convencionais.
Embora apresentem oportunidades emocionantes para inovação e avanço, também trazem desafios significativos que precisam ser abordados de maneira responsável e colaborativa. À medida que o setor financeiro continua a evoluir, será interessante observar como as criptomoedas moldarão o futuro do sistema bancário global.
