‘É preciso que as pessoas aumentem em rigor as medidas de prevenção’, afirma infectologista da PUC
Embora haja redução de casos, o médico lembra que as taxas de ocupação de leitos na UTI seguem crescendo em todo Estado de São Paulo
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Foto: Lucas Selvati/Jornal de Itatiba
Da Redação
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou, entre os últimos dias 21 e 28, o período que corresponde à 48ª Semana Epidemiológica. No período, foram registradas 42 mortes por coronavírus, um aumento de 16,66% em relação à semana anterior. O crescimento na taxa de mortalidade ocorreu mesmo com a queda de 14,64% dos novos casos.
De acordo com o Observatório da PUC – Campinas, o comportamento foi idêntico no Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas) e no próprio município de Campinas. No DRS-Campinas, o número de vítimas fatais foi 51, um aumento de 8,51% comparado à semana anterior.
Oscilações
Segundo o infectologista dr. André Giglio Bueno, os dados ajudam a elucidar o comportamento da doença no mês de novembro, marcado por grandes oscilações nas estatísticas e represamento de informações. Embora haja redução de casos, o médico lembra que as taxas de ocupação de leitos na UTI seguem crescendo em todo Estado de São Paulo, fato que levou o governo a retroceder os municípios para fase amarela do Plano São Paulo.
“Parece ser bastante adequado reorganizar as métricas do plano em um período de consistente e claro aumento de internações. Não há como prever se esse aumento é pontual ou se configura o início de uma nova evolução da pandemia. Independentemente desse ponto, houve mudança de cenário e é preciso que as pessoas aumentem em rigor as medidas de prevenção”, afirma o infectologista.
Economia
No aspecto econômico, a possibilidade de uma “segunda onda” e a decisão de recuar as medidas de flexibilização para o funcionamento dos estabelecimentos que agora devem limitar as horas de atividade e a capacidade de espaços, tornam o panorama mais preocupante. Para o economista Paulo Oliveira, o recuo no grau de abertura dos negócios pode ser dramático para a atividade econômica no contexto de austeridade fiscal imposta pelo governo federal.
“Os dados do mercado de trabalho preocupam e indicam a dificuldade de uma recuperação que depende do consumo das famílias, sobretudo diante da iminente descontinuidade dos programas de transferência de renda, como o Auxílio Emergencial. Sem medidas de contenção, os impactos econômicos e sociais serão devastadores para economia brasileira e, consequentemente, para economia regional”, pontua o economista.