Drone entrega, em 5 minutos, pulmão para transplante e prova que transporte é eficiente
Pulmão e coração são os órgãos que mais podem se beneficiar com a aeronave não tripulada, pois devem ser transplantados em até seis horas após morte do doador.
Um drone modificado carregou um pulmão retirado de um doador no Toronto Western Hospital até o Toronto General Hospital. O transporte levou cinco minutos e o órgão foi transplantado com sucesso em um paciente com fibrose pulmonar. O caso foi descrito em um artigo publicado na revista científica Science Robotics.
Embora órgãos de doadores já tenham sido transportados entre hospitais por drone antes, pulmões e corações são considerados particularmente desafiadores. A operação demonstra que os drones são um método prático para mover órgãos para transplante.
Uma equipe da University Health Network, em Toronto, planejava entregar um pulmão por controle remoto há anos, instalando uma caixa de transporte de pulmão especialmente projetada em um M600 Pro Drone. Eles também removeram o trem de pouso e o rack de carga normal para aumentar o peso disponível - os pulmões podem não ser pesados, mas todo o equipamento necessário para mantê-los funcionando, é. Apesar da adição de um sistema de recuperação de paraquedas, câmeras, luzes e rastreadores GPS, todo o sistema pesa menos de 25kg.
Mais de 400 voos de teste foram realizados entre os telhados dos dois hospitais, nenhum dos quais foi projetado para receber helicópteros tripulados. Embora a disponibilização repentina de um órgão seja sempre resultado de uma tragédia, pelo menos nesta ocasião as condições eram excelentes, sem chuva, vento fraco e boa visibilidade.
Dificuldade no transporte
Centenas de pessoas em todo o mundo estão em listas de espera para doar órgãos, e muitas morrerão antes de receberem o que precisam. A escassez de doadores é apenas parte do problema - muitos órgãos são desperdiçados porque não são entregues a um receptor compatível a tempo.
O trânsito é um dos muitos obstáculos para levar cada órgão saudável a uma pessoa que se beneficiará dele. Mesmo com luzes piscando e sirenes tocando, as ambulâncias podem perder um tempo precioso se deslocando entre hospitais em uma grande cidade. Isso pode em breve ser uma coisa do passado.
O primeiro órgão transportado por um drone para transplante foi um rim, entregue a um paciente de 44 anos que estava há oito fazendo diálise. Qualquer órgão tem mais chances de ser bem aceito pelo paciente receptor se for implantado rapidamente, mas os rins podem durar até 48 horas fora do corpo. Economizar alguns minutos no trânsito é útil, mas raramente essencial. A entrega entre cidades é um desafio maior, mas ainda muitas vezes possível.
No entanto, corações e pulmões precisam ser transplantados dentro de 4 a 6 horas após a morte do doador. Permitindo o tempo para realizar a operação em cada extremidade, resta pouquíssimo tempo para o processo de retirada, transporte e implantação se doador e receptor prioritário não estiverem no mesmo hospital.
* com informações da Agência O Globo