Discussão sobre quando se deve iniciar mamografias reacende após estudo
De acordo com pesquisa, 43% das mulheres com câncer de mama tinham menos de 50 anos quando descobriram o diagnóstico
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Da Redação
O diagnóstico de câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos é raro e representa em torno de 10% de todos os casos registrados, no entanto, quando ocorre nesta faixa etária, a doença pode ser mais agressiva.
A pesquisa Amazona III, realizada pelo Grupo Latino-Americano de Oncologia Cooperativa (Lacog, na sigla em inglês), em parceria com o Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama e apoio do Instituto Avon, feita com 2.950 mulheres, de 22 centros de saúde em nove estados, que descobriram o tumor entre janeiro de 2016 e março de 2018, mostrou que 43% delas tinham menos de 50 anos quando receberam o diagnóstico. Das que tinham menos que 40 anos, 36,9% estavam no estágio três da doença, considerado avançado.
Itatiba
Itatiba realizou no mês passado a campanha “Outubro Rosa - Amor que vem do peito”, durante a campanha foram realizadas 2,7 mil mamografias, 35 encaminhamentos de ultrassom e oito casos encaminhados ao mastologista. Cerca de 40% dessas mamografias foram de rotina, de pacientes que aproveitaram a campanha para continuar o check-up. Foram realizados dois dias de mutirão para mamografia, contando com o apoio de 17 médicos.
Recomendação
O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia que seja feita a partir dos 50 anos; a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indica o exame a partir dos 40, antes disso, apenas para o grupo de risco. O vice-presidente da SBM, Vilmar Marques, alerta que, “se na consulta o médico perceber se tratar de um caso com histórico familiar, começamos o rastreamento a partir dos 25 anos com mamografia e ressonância magnética”.
Segundo o diretor científico da Lacog, Gustavo Weutsky, “o problema é que um terço dos casos do câncer de mama afeta mulheres abaixo dos 50 anos, e essa população precisa de rastreamento”.
Diagnóstico
Além de recomendar o exame para mulheres de 50 a 69 anos, o Ministério da Saúde orienta que ele seja feito a cada dois anos. Outro dado do estudo que chamou a atenção dos pesquisadores é que, do total de mulheres, 34% descobriram o câncer ao fazer exame de rotina, sem ter tido sinais ou sintomas.
Uma pesquisa divulgada pelo Ibope Inteligência, a pedido da Pfizer, com 2 mil brasileiros, mostrou que quase 80% das pessoas acreditam que o toque nas mamas é a principal medida para identificar a doença em estágios iniciais, porém quando o tumor é palpável, já está em níveis avançados. Além disso, 25% das mulheres ouvidas estão convencidas de que a mamografia somente é necessária se exames prévios indicarem alterações.