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Diagnósticos de Aids na população idosa crescem sete vezes em dez anos

De acordo com o Ministério da Saúde, as mulheres apresentam o maior número de casos

Da Redação

O Dia do Idoso foi comemorado no último dia 1º, e é cada vez mais nítido o quanto essa faixa etária vem crescendo e os cuidados com eles também. No entanto, com o aumento da vitalidade, doenças consideradas anteriormente contraídas somente por jovens, como as sexualmente transmissíveis, por exemplo, crescem e se tornam comum na população idosa.

 O boletim epidemiológico HIV/Aids 2018 do Ministério da Saúde informou que, a população feminina é a que apresenta o maior número de casos. Entre 2007 e 2017, os diagnósticos cresceram sete vezes para essa população.

 Conscientização sexual

As medidas preventivas e campanhas de conscientização sexual não são direcionadas a esse público que está redescobrindo o sexo na terceira idade. O geriatra dr. Carlos Alberto Santiago, do Centro de Geriatria e Psicossomática de Itatiba, destaca que além da falta de informações, os idosos possuem um sistema imunológico baixo, o que acarreta maiores possibilidades de infecções, “além disso, tem a dificuldade de ereção e o ressecamento vaginal, comum pós-menopausa, que acabam dificultando o uso de preservativos”.

Segundo o infectologista e diretor clínico do IGESP, dr. Marcos Antônio Cyrillo, outro motivo que pode causar esse aumento na doença é que,  “a maioria dos idosos faz parte de uma geração que não aderiu a cultura do preservativo, ou, em alguns casos, não acredita que em determinada idade poderá ser contaminado”.

CASOS MAIS GRAVES

Junto com o aumento de casos de HIV, há o fato de alguns idosos já apresentarem quadros de doenças crônicas como diabetes, pressão e colesterol altos, problemas renais, o que pode complicar o tratamento. “O idoso já apresenta mais dificuldade que os jovens para reagir a determinados tratamentos e o HIV pode ainda, trazer outras doenças secundárias, como insuficiência renal, perda óssea, problemas cardiovasculares”, diante desse quadro, o infectologista completa dizendo que, “de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), uma em cada cinco mortes por tuberculose são de soropositivos”.

A demora do diagnóstico também pode agravar o quadro dos pacientes, “alguns médicos ainda têm o costume de descartar a Aids por subestimar a prática sexual na terceira idade”.

INFORMAÇÃO PARA OS IDOSOS

É importante lembrar que apesar da medicina estar bastante avançada nesse assunto, a Aids não tem cura ainda. O dr. Carlos acredita que a melhor forma de lidar com os mais velhos sobre essas doenças são com frases curtas e de impacto, uma vez que explicações difíceis e científicas não atraem esse público. “As informações também não devem ser valorizadas pelo risco de morte ou na quantidade de vida que estariam perdendo, mas sim focar na qualidade de vida”.  “Acredito que a tecnologia hoje tem a missão de alertar, prevenir e tratar os sintomas e lesões causados pelo vírus” completa o geriatra.

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