Dia da Consciência Negra estreia como feriado estadual com atrações do Governo de SP
Palestras, lançamentos de livros, espetáculos musicais e danças estão entre ações que marcam luta, cultura e riqueza do povo negro
Foto: Govesp
Pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra será feriado em todo o território paulista no próximo dia 20 – a nova lei estadual foi sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas em setembro. A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado preparou uma extensa programação para celebrar a trajetória da comunidade negra nas artes brasileiras já a partir desta quinta-feira (16), com atrações gratuitas na capital, interior e litoral.
Os Museus, as Fábricas de Cultura, Teatros, Bibliotecas e Oficinas Culturais do Governo de São Paulo oferecem um roteiro variado. O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo terá o 2º Ocupa MAB, Festival de Música e Gastronomia Africana e Afro-brasileira, repleto de apresentações musicais e de cultura popular com musicalidades. Desta vez, terá parceria com o Museu das Favelas, no dia 20, das 9h às 18h.
Dentre as atrações estão: Kemetic Yoga de Ana Sou, Roda de Jongo do Grupo Jongo Filhos da Semente, Capoeira do Mestre Limãozinho, Roda do Samba de Dandara e muito charme no Resenha Black Bom.
A gastronomia surpreenderá com sabores provenientes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Egito, Marrocos, República Democrática do Congo, Sudão e Uganda. A entrada e a programação são gratuitas no dia 20, mediante doação de 1 kg de alimento não perecível que será destinado a instituições parceiras do museu.
No Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, de 21 a 24, das 9h às 18h, acontecerá o Booggie Week, o festival de cultura preta que reunirá arte, moda, entretenimento, música, homenagens etc.
Para os admiradores da dança, uma das opções gratuitas é o “Especial Consciência”, na Fábrica de Cultura Sapopemba. O evento homenageará a cultura negra, através de danças, músicas, entre outros elementos. Destaque para as apresentações artísticas Escola de Curimba Tribo de Zambi, Grupo Afoxé Filhos do Cacique, Grupo de Capoeira Forças das Raízes e Instituto do Samba, no dia 25, a partir das 13h, com classificação livre.
Ainda neste universo dançante, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) faz a estreia do 41ª documentário da série Figuras da Dança, com o vídeo do artista, bailarino, diretor, professor e coreógrafo Carlos Demitre, em formato on-line, no dia 20, às 11h, pelo canal da companhia, no YouTube, classificação livre, com 30 minutos de duração.
Outra manifestação que coloca o corpo para movimentar é o Baque Mulher, símbolo da expressão feminina, luta e resistência pelos direitos das mulheres, através do Maracatu de Baque Virado. Será no Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão, no dia 18, às 11h.
Na tradicional série de concertos matinais da Sala São Paulo, realizada pela Fundação Osesp, a USP Filarmônica apresentará um repertório que traz compositores pretos e partos para lembrar da importância da Semana da Consciência Negra, a imensa maioria deles brasileiros, no dia 19, às 10h50.
O evento é gratuito – haverá distribuição gratuita de ingressos a partir das 10h da segunda-feira anterior ao concerto, pela internet ou nos totens localizados no piso térreo da Sala São Paulo. Os ingressos são limitados a dois por pessoa. Caso não consiga adquirir a entrada on-line, no dia do Matinal, uma hora antes, haverá uma fila de espera na Bilheteria do 1º subsolo. Os lugares são limitados, sujeito à lotação da casa.
As palestras também estão presentes no roteiro, por exemplo, no Museu Catavento, Parque Dom Pedro II, será conversado o tema “Áfricas no Brasil. Por uma história afro-brasileira”. Na palestra, o historiador Douglas Araújo tratará como a historiografia brasileira tem tratado a presença africana no Brasil. Existe ou existiu alguma homogeneidade discursiva nos estudos clássicos sobre esse tema em nossa sociedade? Análises foram feitas com viés ou apenas erros sistemáticos?, entre outros pontos, no dia 25, das 14h às 16h.
Há também atividades relaxantes e de valorização da cultura afro para estimular a expressão criativa e resgatar a memória cultural brasileira, como Oficina de boneca Abayomi, no Museu do Futebol, no dia 19, das 9h às 17h.
Quem gosta de música pode ir até o Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão, prestigiar o “Musical Duo Voz e Violão”, com Fernanda Santos. A cantora apresentará um repertório com composições que contemplam a luta e o ativismo do movimento negro, no dia 19, às 11h. Já o Museu Casa de Portinari, na cidade de Brodowski, participa da 6ª Virada Da Consciência e promove uma apresentação musical com o Grupo “Que Bloco é Esse”, no dia 20, às 15h.
Já Museu Índia Vanuíre, em Tupã, há a oficina de “Tranças Africanas” junto de uma roda de conversa focada no empoderamento, valorização da estética e beleza negra nesta quinta, das 9h às 10h30 e das 14h às 15h30.
Para os apaixonados por livros, há o lançamento do “Eternizar em Escrita Preta”, no dia 22, às 19h, uma coletânea de dramaturgias de novos escritores negros, da SP Escola de Teatro. Os textos são dos jovens dramaturgos negros Apollo Faria, Dayani Pontes e Lu Varello, premiados em 2022 na terceira edição do Prêmio Solano Trindade, iniciativa da área de Extensão Cultural e Projetos Especiais da Escola, área coordenada por Miguel Arcanjo Prado e que conta com Rodrigo Barros, David Godoi e Solange Correia. O evento acontece no hall da unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro, localizada na Praça Roosevelt, 210.
Na Biblioteca de São Paulo, haverá a “Intervenção nossa pele, nossos sonhos: a África dentro de nós”, com Jô Freitas, no dia 19, das 12h às 12h30, das 13h30 às 14h e das 15h às 15h30. E no final do texto, há dicas de leituras relacionadas à data.
Além disso, o Teatro Sérgio Cardoso recebe a apresentação Válvula, em 20/11, às 17h. O concerto de hip-hop guia o público por meio de palavras e desenhos criados a partir dos riscos que caçadores-coletores fizeram nas rochas há 30 mil anos, anotações dos romanos nas paredes das casas em Pompeia e murais mexicanos com mais de um século. O espetáculo é composto, ainda, pelo MC e ativista Flávio Almada aka LBC Soldjah, que usa palavras e música para refletir sobre as contradições sociais das nossas cidades. Em seguida, às 19h, haverá sessão única de um espetáculo musical que levará ao palco o grupo Vozes de Angola e a banda Social Samba Fino, que apresentam um repertório de canções nacionais e músicas originalmente africanas. Às 20h, o Samba das Moças traz um show dividido em quatro blocos abordando temas específicos: Samba Ancestral, Samba Político, Samba Amoroso e Samba é Sonho. A apresentação é feita pela atriz Adriana Lessa e as cantoras são Anastácia Lia, Grazzi Brasil e Bruna de Paula.
Já o Teatro Estadual de Araras, no dia 20, das 14h às 18h, terá a festa itinerante “Funky Style”, criada para valorizar as danças sociais absorvidas pela cultura de rua. Também no dia 20, às 19h, acontece o espetáculo “Soul África”, com o grupo “Vozes de Angola” e a banda “Social Samba Fino”, que interpretarão músicas de compositores brasileiros, como Gilberto Gil, João Nogueira, Djavan, Dominguinhos do Acordeon, Tim Maia, entre outros, juntamente com músicas originalmente africanas. Entrada gratuita (sem retirada de ingresso).
Mais uma alternativa de espetáculo gratuito é: “As histórias que vivem em mim”, na Alfredo Volpi”, que trará narrativas sobre os feitos das heroínas negras brasileiras, no dia 24, das 15h às 16h.
E o duo Ana Brasil e Ronaldo apresenta o projeto Femininas Almas Negras do Samba, no MIS – Museu da Imagem e do Som, no dia 20. Já o Auditório MIS recebe a 19ª edição da Mostra Internacional do Cinema Negro (MICINE), com a exibição de um curta e um longa-metragem.