Desvio de verbas para pesquisas da Unicamp chega a R$ 1,9 milhão
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Uma apuração interna da Unicamp aponta que os desvios de verbas de pesquisa do Instituto de Biologia da universidade, revelado em janeiro deste ano, está estimado em quase R$ 1,9 milhão. A servidora suspeita do crime, Ligiane Marinho de Ávila, foi demitida em dezembro de 2023 e, desde fevereiro de 2024, é investigada pela Polícia Civil.
A Unicamp constatou cerca de 220 transferências bancárias suspeitas feitas pela mulher. A maioria, cerca de 160, foi feita para a conta da própria servidora, somando um valor de R$ 1,2 milhão. Os outros 700 mil foram transferidos para duas empresas e duas pessoas físicas, que também são alvos da investigação da Polícia Civil.
A suspeita é que as transações aconteceram entre setembro de 2018 e janeiro de 2024, com valores variando entre R$ 400 e R$ 80 mil, cada. Nas notas fiscais eram colocadas justificativas como compra, transporte e manutenção de equipamentos, além de desenvolvimento de softwares e sites.
A investigada atuava na Secretaria de Apoio Institucional ao Pesquisador (SAIP), órgão responsável por operar as verbas recebidas pelo Instituto de Biologia para pesquisa. A equipe de docentes do local contou que a mulher era uma pessoa de confiança.
O advogado Rafael de Azevedo, que representa Ligiane, informou que soube do inquérito nesta segunda-feira (27) e que a cliente não foi notificada para apresentar versão dela.
A Unicamp afirmou que “os fatos estão sendo objeto de apuração em Sindicância Administrativa, sendo certo que adotará todas as providências que se mostrarem cabíveis após sua conclusão”.
No dia 21, a Polícia Civil pediu à Justiça a prorrogação do inquérito, alegando que precisa de mais tempo para investigar o caso. O Ministério Público concordou com a prorrogação, mas a Justiça ainda não decidiu.
* com informações da Rádio CBN Campinas