Dermatologista de Jundiaí será indiciado por violência sexual mediante fraude
À produção da TV Record, os advogados do dermatologista disseram que não se manifestariam, por conta do segredo de justiça
A delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Milena Galhardo Anhê, determinou o indiciamento por violência sexual mediante fraude, do dermatologista de Jundiaí que, em abril do ano passado, foi acusado por uma paciente de tê-la violentado em seu consultório durante uma consulta. A informação foi confirmada pelo Ministério Público (MP), através da promotora Kelli Giovanna Altieri Arantes, ao programa Balanço Geral, da TV Record de São Paulo. A emissora conseguiu o dado junto ao MP, com colaboração do Jornal de Jundiaí.
O indiciamento será por um dos sete inquéritos que correm em segredo de justiça contra o médico. Isso porque, após a denúncia do primeiro caso, feita pelo JJ, outras vítimas se encorajaram e também procuram a DDM para denunciá-lo. Cada uma dessas acusações feitas pelas mulheres se tornou uma investigação exclusiva.
O crime pelo qual ele será indiciado consiste em: “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”. O inquérito em questão tramita perante a 1ª Vara Criminal da Comarca de Jundiaí.
O ato de indiciá-lo significa que o dermatologista foi apontado pela delegada, como autor do crime, dentro de sua convicção legal, com base nos indícios colhidos na investigação. Aliás, tanto a vítima, quanto o próprio médico, foram ouvidos pela delegada. Agora caberá ao MP oferecer a denúncia e, à Justiça, julgá-lo.
À produção da TV Record, os advogados do dermatologista disseram que não se manifestariam, por conta do segredo de justiça.
O MP
De acordo com a promotora Giovanna Arantes, que é responsável pelo inquérito em questão, “a autoridade policial já determinou o indiciamento, mas tal ato ainda não foi formalizado, especialmente em razão das restrições impostas pela pandemia da covid-19. Foi determinado o indiciamento dele por um desses inquéritos pelo crime do artigo 215, do Código Penal. Porém, em razão da restrição de circulação de pessoas nos distritos policiais, bem como da redução do número de funcionários trabalhando diretamente nas unidades policiais, os agendamentos para comparecimento de vítimas, testemunhas e investigados tiveram seus prazos dilatados. Além disso, tem sido dada prioridade aos inquéritos policiais que envolvem indiciados presos cautelarmente”.
Ainda segundo Giovanna Arantes, apesar de a DDM já ter divulgado sobre sete inquéritos instaurados, há apenas seis sendo investigados. “Há nos autos a informação de que existem outros cinco inquéritos policiais instaurados (além do que ele será indiciado), no entanto, não tenho conhecimento dos crimes apurados nestes outros inquéritos policiais e tampouco saberia dizer quem são as pessoas envolvidas nesses casos. Essas informações deverão ser apresentadas até o final das investigações”.
Não há previsão ainda sobre a sequência dos outros inquéritos, passos que serão dados sob critério da própria delegada Milena Galhardo, que já manifestou que não poderá falar sobre as investigações, justamente por conta do segredo de justiça.
Fonte - Jornal de Jundiaí
