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Por Redação

Defesa Civil treinará equipes para atuar no Pico das Cabras

Profissionais ligados ao órgão de Valinhos, Itatiba e Morungaba serão capacitados

Por Redação

Foto: Carlos Bassan

Por Alenita Ramirez / Correio Popular

A Defesa Civil de Campinas vai treinar equipes ligadas ao órgão das cidades de Valinhos, Itatiba e Morungaba para monitorar a área da Serra das Cabras - popularmente conhecido como Pico das Cabras. O acompanhamento será por computador e o objetivo é somar as iniciativas dessas cidades ao trabalho que já é efetuado pelas equipes de Campinas. O monitoramento é feito por satélite e o sistema usado é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A medida, segundo o coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, foi tomada com base na experiência drástica do incêndio que aconteceu naquele local no ano passado durante o período extremo de estiagem.

O treinamento começa amanhã, em um encontro em Valinhos com os representantes do órgão nessas cidades. No evento, segundo Furtado, ensinado como fazer o monitoramento desta região usando a tecnologia. "No ano passado tivemos uma situação bastante adversa nessa região do Pico das Cabras que nunca havia ocorrido antes, e como as três cidades fazem limite com ela, entendemos que agora precisamos articular melhor as atividades preventivas entre essas cidades para ter mais agilidade nas informações para evitar que a situação se repita e fuja de controle", explicou Furtado.

Furtado disse que a Defesa Civil de Campinas estará à disposição para treinar os profissionais destas cidades quantas vezes for necessário. "Apesar da Operação Estiagem na nossa região começar em maio, já estamos antecipando esse treinamento por satélite, que tem como objetivo preparar melhor as cidades para uma resposta mais rápida em situações adversas", frisou.

De acordo com o coordenador regional da Defesa Civil, o monitoramento é diário. Só o ano passado, o órgão coletou 104 imagens de satélite na região de Morungaba. "Campinas faz o monitoramento desde 2018 e a ideia é que a gente consiga ampliar isso", disse.
 
INCÊNDIO 

O incêndio no Pico das Cabras em 2024, destruiu 987 hectares de vegetação nativa e exótica, dentro e fora de área de preservação permanente (APP) e em Área de Preservação Ambiental (APA) estadual e foi provado por um morador de Vinhedo, Régis Cristian da Silva, de 47 anos, que foi autuado em pagar multas que chegaram a R$ 6.749.972,50. Ele também foi denunciado pelo Ministério Público (MP). Para definir a multa, a polícia analisou a dimensão dos danos com o auxílio de imagens de satélite.

O crime ambiental teve início na noite do dia 9 de setembro de 2024 e foi controlado por volta das 10h do dia 12 e envolveu o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, funcionários da Subprefeitura do Distrito de Joaquim Egídio, caminhões-pipa da SANASA e trabalhadores de fazendas da região, além do Helicóptero Águia da Polícia Militar.

Uma força-tarefa, composta por equipes de diversos órgãos e com o apoio do Águia impediu que o incêndio atingisse o Observatório Municipal Jean Nicolini e propriedades rurais na Serra das Cabras, após uma operação de 14 horas. Mas o fogo afetou uma área do parque no município de Morungaba.

Dois dias após o início do incêndio, a Polícia Civil e Ambiental detiveram Silva, que foi levado ao 12º Distrito Policial, em Sousas. Os agentes já tinham notado a presença dele em áreas queimadas nos dias anteriores. No carro dele foram encontrados pedaços de estopa. Na época, o subprefeito de Joaquim Egídio, Maurício Augusto Lopes, já havia levantado a suspeita de incêndio criminoso.

As chamas chegaram a quase 2,5 metros de altura, e a forçatarefa utilizou água para evitar que se aproximassem do Observatório Jean Nicolini, criado em 1977 e o primeiro observatório municipal do país, pioneiro na oferta de ações educativas em astronomia.
O incêndio atingiu um anfiteatro a céu aberto do Museu Aberto de Astronomia (MAAS), uma instituição privada ao lado do observatório. Não houve registro de feridos.

CAPACITAÇÃO

Na manhã de ontem, a Defesa Civil realizou curso de capacitação sobre prevenção à dengue e a eventos climáticos extremos, no salão de eventos da Subprefeitura de Joaquim Egídio. O curso foi gratuito e aberto ao público e faz parte das novas estratégias do município para o enfrentamento de arboviroses e desastres ambientais em 2025.

Foi a 6ª edição do programa de capacitação comunitária promovido pela Prefeitura, que já formou 73 pessoas em bairros como Jardim Florence, Campina Grande, São José, Cidade Jardim e Vale das Garças. O objetivo é aproximar o poder público das lideranças locais e moradores, alertando para os riscos crescentes das mudanças climáticas e da epidemia de dengue.

A ação contou com a atuação conjunta das secretarias municipais de Saúde, Clima e Meio Ambiente, Desenvolvimento e Assistência Social, Defesa Civil e Orçamento Cidadão, com o apoio do Corpo de Bombeiros. Na atividade, os bombeiros ministraram um treinamento especial sobre prevenção a incêndios. "Hoje (ontem) estamos falando apenas com lideranças comunitárias aqui de Joaquim Egídio. Já fizemos uma com Sousas. Nestas reuniões, passamos sobre questões relacionadas aos extremos climáticos. O ano passado foi um ano muito difícil em termos de incêndio, que extrapolou todas as medidas. Nesta semana, vamos nos reunir na Prefeitura, com metereologistas para discutir sobre as previsões deste ano em relação ao período de estiagem e também sobre os tipos de alertas", enfatizou Furtado. 

Além dos riscos de incêndio, os líderes também foram orientados sobre práticas de como eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, pois cidade vive um cenário de alerta com aumento de casos da doença e intensificou as ações de combate em diferentes regiões. "Temos dois focos em Campinas: a operação chuva de verão que está terminando agora e a operação estiagem e nessas duas operações, enquanto saúde, sempre haverá questões ambientais e de clima que trazem doenças. Agora a febre maculosa, a dengue e a febre amarela, além dos riscos em casos de incêndio. Então nosso trabalho é preventivo, orientar as pessoas", disse a enfermeira da Vigilância de Determinantes Ambientais da Saúde, Cristiane Dias.

Os soldados do Corpo de Bombeiros, Bruno da Silva Rabelo e João Vitor Linhares, ministraram aula sobre cuidados preventivos em relação a incêndios. Segundo eles, os incêndios acontecem em grande parte em áreas rurais, com matas, e na maioria dos casos é criminal. "Em casas que ficam em sítios ou fazendas, sempre orientamos para que os moradores limpem no entorno dos imóveis. O morador tem um papel importante no papel de prevenção, fazendo, por exemplo, um acero, de uns cinco metros de largura, no entorno das casas e outros cuidados", explicou Rabelo.

Linhares lembrou que incêndios também acontecem na área urbana, em terrenos baldios e até mesmo em locais cercados, onde o morador faz a limpeza e deixa o mato secando. "Tem muitas pessoas que não sabem que é crime colocar fogo em mato, pois pode levar a um incêndio de grandes proporções e também gerar riscos de saúde", disse Linhares.

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