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Por Redação

Com previsão de Verão chuvoso em 2025, cuidados contra dengue devem ser redobrados

Por Redação

Foto: Fernando Frazão

Quem teve dengue e viveu os sintomas de cada fase da dengue entende bem o quanto é primordial eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti. Primeiro, para que outras pessoas não sejam contaminadas; e, segundo, para diminuir o risco de reinfecção, que pode ser fatal, de quem já teve contato com o vírus. Pelas previsões do site Climatempo, o verão 2025, deve ser marcado por dias quentes e chuvosos, ou seja, ideal para a proliferação do mosquito transmissor da doença. A médica infectologista Vera Rufeisen, do Vera Cruz Hospital, em Campinas, alerta para que população e poderes públicos evitem cenários epidemiológicos piores que o do início de 2024.

Segundo a especialista, os sintomas principais da doença em sua versão menos grave incluem febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos olhos (retro-orbital), náuseas e manchas na pele, que surgem entre cinco e sete dias após a contaminação. As formas graves podem causar hemorragias, choque, e falência de órgãos, exigindo atendimento médico urgente. Por isso, o diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações. “Cada reinfecção aumenta o risco de complicações, como dengue hemorrágica, podendo ser fatal”, alerta.

Mesmo sorotipo

“A literatura médica sugere que a infecção por um sorotipo confere algum grau de imunidade cruzada aos outros, mas esta proteção não é absoluta, e dura por algum tempo (possivelmente meses)”, destaca.

Sorotipo diferente

“No caso de infecção secundária, por um sorotipo diferente, existe um risco aumentado de dengue grave, especialmente se o intervalo entre as infecções é superior a dois anos. Portanto, mesmo com uma exposição anterior, o risco de infecção por dengue pode existir, especialmente em áreas endêmicas com múltiplos sorotipos circulantes”, afirma a médica.

A prevenção de novas picadas de mosquito é essencial para reduzir o risco de transmissão comunitária, portanto, o paciente deve ser aconselhado a utilizar repelentes durante sua doença para interromper o ciclo de transmissão.

Diagnóstico

"O diagnóstico é feito por exames de sangue e, nos casos leves, o tratamento envolve hidratação e medicamentos para dor e febre. Já as formas graves requerem hospitalização imediata", diz a médica.

Devido à gravidade, a palavra de ordem é a prevenção, que deve incluir diversas estratégias combinadas para um resultado eficiente. A infectologista destaca alguns: 

Controle do vetor: O principal é o controle do vetor, que é o mosquito Aedes aegypti, por meio de intervenções ambientais (cobertura de recipientes de água, campanhas de limpeza e eliminação de locais de reprodução de mosquitos, eficazes para reduzir as populações de larvas e pupas. Também existem métodos biológicos, como o uso de bactérias, fungos e peixes larvívoros, utilizados para controlar a população de vetores;

Métodos químicos: O uso de inseticidas, tanto sintéticos quanto naturais para eliminação dos mosquitos, é uma prática comum. Existe o risco de resistência a estes agentes com o uso prolongado, por isso hoje há a preferência por agentes naturais;

Vacinas: Há dois tipos de vacina contra a dengue: a vacina tetravalente Dengvaxia ®, cujo uso é limitado a indivíduos que já foram expostos ao vírus, e a vacina Qdenga®, também tetravalente, uso indicado para indivíduos entre 4 e 60 anos, que não apresenta preocupações com a segurança em soronegativos, mas não deve ser utilizada em pacientes com imunodeficiência e gestantes, por ser uma vacina de vírus vivo atenuado;

Comportamentos preventivos pessoais: O uso de repelentes de mosquitos e a eliminação de água parada são medidas eficazes para reduzir o contato humano-vetor. A conscientização da comunidade e a participação ativa são cruciais para o sucesso dessas medidas;

Inovações biotecnológicas: Técnicas como a liberação de mosquitos geneticamente modificados para reduzir a população de vetores e o uso de bactérias Wolbachia para diminuir a capacidade de transmissão do vírus estão sendo estudadas.

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