Chuva fraca não ameniza situação e número de queimadas já é o maior dos últimos quatro anos
Foto: Artesp / Reprodução
Não adiantou. O pequeno volume de chuva registrado na segunda-feira (16) em municípios entre a Região Metropolitana de Campinas (RMC) e o Vale do Paraíba não amenizou a situação das queimadas às margens das rodovias que compõem o Corredor Dom Pedro. Com três incêndios registrados na terça-feira (17), a Concessionária Rota das Bandeiras, empresa responsável pela administração de 297 km de rodovias, já contabiliza 501 ocorrências no ano. A triste marca é superior ao verificado nos 12 meses dos últimos três anos. Em 2021, foram 453 incêndios; número que caiu para 408 em 2022 e 372 em todo o ano passado.
Somente nos primeiros 17 dias de setembro, a Concessionária já atendeu a 59 incêndios em áreas verdes. O único dia do período em que não houve atendimento foi justamente na segunda-feira. Até então, eram 18 dias consecutivos de queimadas, desde o último 29 de agosto.
Apesar do fogo espontâneo provocado por conta das condições climáticas, muitas ocorrências têm início por ações humanas, como o arremesso de bitucas de cigarro por motoristas, a queima de lixo e de terrenos baldios para limpeza e o descarte de materiais, como latas de alumínio. Coordenador de Operações da Rota das Bandeiras, Murilo Perez ressalta que a conscientização da população lindeira às rodovias é essencial para diminuir o número de ocorrências.
“Grande parte destes incêndios ocorre em áreas urbanas, como o trecho da D. Pedro I (SP-065), em Campinas. Infelizmente, ainda é comum esta prática de queima de lixo e de terrenos desocupados. Neste período do ano, a ação se torna ainda mais perigosa, pois é corriqueiro que pequenos focos se alastrem e fujam do controle. Além de toda questão da saúde que a fumaça pode provocar, há um risco de segurança viária para quem trafega nas rodovias. Por isso, temos intensificado campanhas de conscientização com a população”.
A maioria dos incêndios ocorre no fim da tarde, após o dia de intenso calor, o que prejudica ainda mais a visibilidade dos motoristas. O fogo também provoca o afugentamento de animais, que podem invadir a pista e provocar acidentes.
A Operação SP Sem Fogo, do governo do Estado, está em fase vermelha desde o início de junho, quando passam a ser priorizadas as ações de combate e de fiscalização repressiva, além do reforço nas estratégias de comunicação e campanhas. Neste período, a conscientização dos usuários se torna ainda mais importante para evitar o início das queimadas.
A Rota das Bandeiras posiciona caminhões-pipa em pontos estratégicos da malha viária. Além disso, os veículos de inspeção, que percorrem o Corredor Dom Pedro de forma ininterrupta, possuem abafadores para o combate de pequenas chamas. Em eventos de grandes proporções, a Concessionária conta com apoio do Corpo de Bombeiros.
Para alertar os motoristas sobre os pontos com queimadas, a Concessionária dispõe de painéis de mensagem variável (PMV) nas rodovias e faz a sinalização dos locais com homens-bandeira.