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Por Redação

CBF e futebol brasileiro são vítimas de ataques racistas nas redes sociais

Entidade irá acionar juridicamente os envolvidos nas ofensas, direcionadas a jogadores, torcedores e ao presidente Ednaldo Rodrigues

Por Redação

Foto: Reprodução / Redes Sociais

O perfil da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Instagram, o maior do mundo entre confederações, com 17,2 milhões de seguidores, sofreu violentos ataques racistas ao longo dessa semana. Tais ataques comparavam os jogadores brasileiros e também os torcedores a macacos. Além disso, as ofensas chegaram também ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que de forma pejorativa e desrespeitando não só a ele como a toda uma etnia, o classificaram como índio. A CBF já tomou as medidas cabíveis nesse caso, que são: comunicar as autoridades policiais, visando a identificação e punição dos autores desses ataques, pois se tratam de crimes capitulados na legislação brasileira, inclusive punidos com pena de prisão. Além disso, tais perfis foram denunciados ao Instagram. Também na esfera desportiva, foram enviados ofícios à FIFA e Conmebol, dando ciência do fato.

Esse tipo de crime não será tolerado. Ao contrário de um passado não tão distante, de uma CBF indiferente, iremos enfrentar a questão do racismo e continuar empunhando a nossa bandeira de combate a esse crime, como fizemos com a realização, em 2022, do I Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, que teve sua extensão com a criação de um Grupo de Trabalho que vem desenvolvendo diagnósticos, propostas e ações concretas no sentido de banir essa doença da sociedade, dentro e fora dos campos.

Desenvolvemos ações emblemáticas. Fomos a primeira confederação no mundo a implementar penas desportivas em casos de racismo, decisão que teve repercussão mundial. Também chamamos a atenção do mundo com a campanha "Com Racismo não tem jogo", que mobilizou e inspirou a FIFA e a Conmebol na união por essa causa.

Nossa luta seguirá e não será interrompida por atos como estes. No ano que vem, faremos o jogo "Uma só pele" na Espanha, que vai além de uma partida de futebol, mas é um ato para chamar a atenção de todos a refletir sobre o fim da discriminação.

Todas as medidas junto às esferas pública e privada serão tomadas cada vez que houver algo semelhante aos ataques que sofremos. Não haverá trégua. A luta contra o preconceito é uma das bandeiras mais importantes da atual gestão. Venha de onde vier, de racistas como estes, de xenófobos como estes, de homofóbicos, de criminosos e de pessoas que fazem parte de um passado sombrio e corrupto da entidade e daqueles que ainda tentam, de todas as formas, retomar suas benesses pessoais.

"Tenho orgulho de ser o primeiro negro, nordestino, descendente de indígenas a ocupar a presidência da CBF. Sempre soube e sigo consciente da minha luta e das dificuldades que terei que passar ao longo da minha vida por não ter origem na elite do Brasil, de ter vindo do interior do Nordeste. Desde os oito anos de idade convivo com a pesada mão do racismo, tanto sobre mim quanto sobre a minha família. Meu compromisso em transformar o futebol brasileiro em um lugar sadio não será cerceado. Luto por respeito a todos, onde os campeonatos sejam valorizados e onde o dinheiro que entra na CBF não tenha como destino o bolso de terceiros e, sim, seja revertido para o desenvolvimento do futebol. Luto para que os campeonatos sejam cada vez melhores e organizados em todas as séries – masculino e feminino -, como vêm acontecendo atualmente. E fortaleço o compromisso de montar Seleções Brasileiras vencedoras, caso da Seleção Masculina Principal, que há 21 anos não vence uma Copa do Mundo. Não vou me afastar jamais dos meus compromissos e não serei intimidado por criminosos, racistas, xenófobos e corruptos que transitam pelas sombras", enfatizou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

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