Câncer de Pulmão: Conheça as formas de combater essa doença de alta letalidade
Agosto Branco conscientiza e orienta sobre a neoplasia que mais mata em todo o mundo
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Tosse persistente, fadiga, rouquidão e perda de peso são sinais de alerta para vários tipos de doença, incluindo o câncer de pulmão, a neoplasia maligna mais mortal do mundo. Contra a alta letalidade, novas drogas e tratamentos foram recentemente incorporados aos protocolos e vários estudos promissores estão em desenvolvimento. E em meio aos avanços, uma antiga recomendação permanece determinante ao prognóstico: conhecer os sintomas e os riscos para detectar o câncer de pulmão o mais cedo possível.
Agosto Branco é a campanha nacional de conscientização sobre o câncer de pulmão, primeiro no mundo em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. A importância de reunir informações é justificada pelo fato de que quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores as expectativas de cura ou sobrevida.
Em quase 90% dos casos, o tabagismo está relacionado à causa da neoplasia. Estima-se que em 2022 foram diagnosticados cerca de 2,2 milhões de novos casos de câncer de pulmão e que 1,76 milhões de mortes ocorreram em todo o mundo.
Segundo as estimativas, para 2023 são previstos no Brasil 18.020 novos casos de câncer de pulmão em homens, o que o caracteriza como terceiro tipo mais comum – sem considerar o câncer de pele não-melanoma. Entre as mulheres, a previsão é de 14.540 novos casos e a quarta posição em incidência. A média anual de mortes no país supera 28 mil.
A alta letalidade está relacionada à demora na identificação da doença. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, apenas 16% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em estágio inicial (sem metástase), para o qual a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%. Nos demais estágios, a sobrevida média em cinco anos cai para 18% (15% para homens e 21% para mulheres).
Fernando Medina, oncologista clínico do Centro de Oncologia Campinas, recomenda às pessoas do grupo de risco (aquelas com mais de 55 anos, fumantes e ex-fumantes há menos de 15 anos) fazerem o rastreamento. “Indivíduos assintomáticos que realizam rotineiramente exames podem detectar a doença na fase inicial e ampliar suas chances de cura”, assegura. A tomografia computadorizada de baixa dose de radiação, por exemplo, identifica lesões pulmonares que podem ser cancerígenas – a confirmação ocorre por meio de biópsia.
Tratamentos
O estadiamento (processo para determinar a localização e a extensão do câncer) aponta o tamanho do tumor, se há disseminação para os linfonodos e se metastizou para outros órgãos. “Os estágios vão de 0 a 4, sendo o estágio 4 o mais avançado, quando o câncer se espalhou para outras partes do corpo”, explica Fernando Medina.
Medina detalha que o estadiamento é essencial para determinar as formas de tratamento e prognóstico. E reforça que os caminhos para combater o câncer de pulmão dependem sempre do tipo da neoplasia (células pequenas ou não pequenas), estágio e estado geral de saúde do paciente.
As opções possíveis de tratamento do câncer de pulmão, explica o especialista, incluem a cirurgia para remover o tumor, caso esteja em estágio inicial e localizado. A quimioterapia é um outro recurso para destruir as células cancerígenas. Pode ser usada antes da cirurgia, para reduzir o tumor, ou após, para eliminar quaisquer células remanescentes. A radioterapia combinada com quimioterapia é mais uma possibilidade de tratamento.
“A esses procedimentos somam-se a Imunoterapia, que estimula o sistema imunológico do corpo para combater o câncer, e as Terapias-alvo, que visam destruir genes ou proteínas específicas do câncer”, acrescenta.
Tipos
O câncer de pulmão não pequenas células representa quase 85% de todos os casos. Dentro desses, cerca de 25 a 30% são diagnosticados no estágio III. O primeiro estágio é um câncer localizado (apenas 16% dos diagnósticos ocorrem nesta fase). No segundo estágio, o câncer se espalhou para os nódulos linfáticos próximos, e o quarto representa metástase para regiões distantes do corpo.
“No estágio III, o tumor já se espalhou para os nódulos linfáticos locais ou tecidos próximos ao pulmão, mas não para partes distantes do corpo. É inoperável quando o tumor está muito próximo de estruturas vitais ou espalhou-se demais localmente, inviabilizando a retirada cirúrgica”, esclarece Fernando Medina.
Como não é possível a retirada cirúrgica do tumor, prossegue o médico, o tratamento padrão é a quimioterapia e radioterapia combinadas. “A quimioterapia ajuda a destruir células cancerígenas que podem ter se espalhado pelo corpo, enquanto a radioterapia é direcionada à área do tórax para destruir o tumor localmente”, informa.
O prognóstico do estágio III inoperável é mais reservado do que quando há possibilidade de cirurgia. A taxa de sobrevida em cinco anos é baixa, fica em torno de 15%. “Porém, os tratamentos atuais de radio e quimioterapia estão melhorando o controle da doença e a sobrevida”, assegura. “Apesar de desafiador, o tratamento combinado ainda pode oferecer chances de controle do câncer de pulmão não pequenas células estágio III inoperável. O acompanhamento multidisciplinar é essencial para maximizar os resultados”, informa.
Já o câncer de pequenas células de pulmão (CPCP) representa menos de 20% dos casos. É o mais agressivo de todos os tumores malignos de pulmão e em mais de 60% dos casos, o paciente já se apresenta com doença avançada ao diagnóstico. Dessa forma, os prognósticos são pessimistas. A média de sobrevida dos casos avançados é de apenas três meses. Esse tipo de neoplasia tende a se disseminar precocemente.
Sobre o COC
O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia e hematologia, dentre outras.
Recentemente, o COC inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).
Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.
O Centro de Oncologia Campinas completará 46 anos de história em novembro. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.