Campinas e Sumaré estão entre as 10 mais em roubo de celulares
Municípios estão, respectivamente, em quinto e décimo lugares em número de ocorrências no Estado; liderança é exercida pela Capital
Por Alenita Ramirez / Correio Popular
Campinas e Sumaré estão entre as dez cidades paulistas que mais registraram roubos de celulares no Estado em 2022. É o que aponta uma pesquisa feita e publicada pelo Departamento de Economia do Crime da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) neste ano. De acordo com o ranking, Campinas é a quinta cidade paulista com o maior índice de roubo de aparelhos, com 3,63% das ocorrências registradas no ano passado e Sumaré está na 10ª posição, com 1,18%. A Capital lidera com 73,52%. Em todo o Estado foram registrados 65.704 boletins, com aumento de 34,81% em relação a 2021.
De acordo com a pesquisa orientada pelo pesquisador Erivaldo Vieira, a maior parte dos roubos aconteceu em vias públicas, representando 85,41% dos casos. Em seguida, em residências, com 3,85%, e em comércios e serviços, com 3,54%.
Terminais de ônibus ou estações de trem e metrô e rodovias também foram locais com certa frequência de roubos, representando 2,48% e 1,81% dos casos, respectivamente. A pesquisa ainda verificou que este tipo de crime também acontece em restaurantes e afins (0,75%), unidades rurais (0,71%), condomínios residenciais (0,52%), em locais de lazer e recreação (0,50%) e outros pontos (0,42%).
A pesquisa ainda apontou que a maior parte dos roubos aconteceu a noite, com 39,91% dos casos, seguido do período da tarde, com 18,95%. A madrugada também foi um período propenso a roubos, com 18,12% dos casos. Pela manhã e em hora incerta, houve 18,61% e 4,41% dos roubos, respectivamente. Em média, foram registrados 5.475 casos de roubo de celulares por mês, no estado.
Campinas registrou 1.738 ocorrências de roubo de celulares na cidade em 2022. A região central foi a que mais teve roubos de aparelhos, com 41,42%. Na sequência, também nas proximidades da região do centro, o bairro Botafogo, com 9,44%, seguida da Vila Industrial (8,60%).
Os meses de fevereiro e junho foram os que mais tiveram registros no ano, com 160 queixas. Ao longo do ano, os registros oscilaram entre 118 a 158 casos, com uma média de 144 ocorrências por mês.
Sumaré registrou 565 ocorrências no ano passado e o centro também foi a região que mais teve casos, com 30,95% dos registros, seguido do Loteamento Nova Terra (13,10%), Jardim São Gerônimo (Nova Veneza), com 8,93%, e Parque Industrial Bandeirantes, com 8,33%.
No município sumareense, o mês de dezembro foi o que mais registrou roubo na cidade com 65 queixas, seguido do mês de agosto, com 60 e outubro com 54 casos.
Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), segundo o levantamento, Campinas lidera o ranking, seguido de Sumaré, Hortolândia (271), Americana (173), Santa Bárbara d'Oeste (129) e Itatiba (120). Os demais municípios ficaram abaixo de 100 casos. Holambra teve apenas três registros.
Na modalidade de furtos, Campinas ficou em 2º lugar no ranking estadual, com 5,72% e perdeu apenas para a Capital (75,25%). As demais cidades da RMC não aparecem entre as dez mais. Pelo estudo, Campinas registrou 1.497. O centro, bairro Botafogo e Vila Industrial lideraram os bairros como os que tiveram mais furtos de celulares.
Para o pesquisador Erivaldo Vieira, o aumento no número de ocorrências de roubo e furto de celulares está relacionado principalmente ao retorno das atividades presenciais e à realização de grandes eventos, os quais promovem aglomerações de pessoas, como partidas de futebol, shows, carnaval e outros tipos de eventos, sendo a mesma linha defendida pela polícia e especialistas de segurança pública. "Algumas cidades sofrem mais com essa problemática do que outras, especialmente aquelas que sediam uma quantidade maior desses eventos de grande porte, o que acaba atraindo um maior número de pessoas e, consequentemente, tornando-as mais vulneráveis a esse tipo de crime", observou.
De acordo com Vieira, a pesquisa foi conduzida durante o ano de 2022 e teve como foco o estado de São Paulo, analisando os casos de roubo e furto de celulares. Ainda conforme o pesquisador, o estudo é feito todo ano e em algumas situações são feitos recortes específicos, conforme o requisitado pela fundação. "O principal objetivo desta pesquisa é informativo, visando colaborar com o acesso à informação e contribuir para a compreensão da dinâmica desses crimes na região", explicou.
Embora não seja especialista em crimes, Vieira acredita que Campinas e Sumaré aparecerem entre as dez cidades de alto índice de roubo de celulares devido à alta densidade demográfica, uma vez que os criminosos tendem a buscar áreas onde há maior disponibilidade de celulares, o que acaba acontecendo em locais mais populosos. "É fundamental que as autoridades invistam em estratégias de prevenção e combate, como aprimoramento da vigilância, aumento da presença policial e campanhas de conscientização para a população sobre medidas de segurança pessoal", disse.
No início deste mês, o Departamento de Polícia Judiciária do Interior 2 (Deinter-2) deflagrou a operação "Check Imei" que visa combater o furto e roubo de celulares em Campinas e região, através da receptação, e também a pirataria de capinhas e acessórios para aparelhos de celulares. Duas ações foram realizadas em Campinas com a apreensão de cerca de cinco mil capinhas e acessórios e localização e apreensão de um celular roubado. Um comerciante foi preso. Em Sumaré, mais de cem capinhas e acessórios foram apreendidos.