Bravos pracinhas de Itatiba lutaram na Itália em defesa da Pátria brasileira
Na foto, a placa em homenagem aos pracinhas itatibenses da FEB junto ao monumento
O Brasil participou da Segunda Guerra Mundial com a F.E.B., lutando na Itália ao lado dos Aliados, contra o fascismo de Benito Mussolini e o nazismo dos alemães de Adolf Hitler. A participação brasileira foi durante 239 dias, indo de 6 de setembro de 1944 a 2 de maio de 1945.
Em 9 de agosto de1943, foi criada pela Portaria Ministerial No. 4744 a Força Expedicionária Brasileira, depois do Brasil ter declarado guerra ao “Eixo”, em agosto do ano anterior. Foi por isso, que se criou o símbolo da cobra fumando para a FEB, porque diziam em tom de gozação que o Brasil não teria capacidade de ir à guerra, e que isso aconteceria somente se “a cobra fumasse”.
QUANTOS FORAM OS ITATIBENSES
Com a formação da FEB passaram a ser convocados os pracinhas (soldados) brasileiros para treinamento, entre os quais 25 itatibenses, que se prepararam para viajar à Itália em navio de guerra. Ressaltamos que na placa comemorativa do monumento à FEB, que está no início da Avenida da Saudade, constam 20 nomes dos expedicionários.
Estão inclusos na placa: Ângelo Grizotti, Antônio Bertolino, Antônio
Martins, Benedito Tinello, Fortunato Reynaldi, Fortunato Santaguida, Gilberto Tozzi, João Isac, João Mancin, José Bianchi, José Gasparin, José Mendes, José Teles, Jurandir Reinaldi, Luís Gasparin, Nelson Pompeu, Orlando Benedetti, Orlando Bertolino, Ricieri Tozzi e Walter
Minozzi. A maioria deles constando de nomes de ruas da cidade.
‘TAMBÉM FOMOS HERÓIS’
No livro “Também fomos heróis”, escrito por Lázaro Sylvio de Almeida Franco (Zico da Caixa), constam mais os nomes de Amador Fidélis Vaz, Benedito Bueno de Moraes, Heitor Dias de Oliveira, Ildevício Pereira Babosa e Pedro Ottonio da Silva.
Escrito da placa que é datada de 7 de outubro de 1945: “Homenagem da Prefeitura em nome do povo aos heroicos Expedicionários itatibenses que elevaram o Brasil nos campos da
Europa lutando ao lado das Nações, unidas por um mundo livre”.
DOAÇÃO DE CASAS
No livro escrito por Zico da Caixa, ele demonstra toda sua inconformidade “com o estranho critério utilizado pelo governo, ao aquinhoar com polpudas indenizações a título de recuperação moral uns maus brasileiros - e brasileiras também - que queriam impor-nos o regime bolchevista, e retribuir com modestos proventos a maioria daqueles heróis que expuseram suas vidas em solo italiano para que pudéssemos viver em liberdade, liberdade sem a qual nem vale a pena viver”.
Em Itatiba, quando das construções dos núcleos residenciais do Jardim Carlos Borella e Jardim Harmonia, o prefeito Roberto Arantes Lanhoso, com aprovação da Câmara Municipal, fez doação de casas à vários dos pracinhas - aquele tempo podia - demonstrando o reconhecimento do nosso povo, para com aqueles bravos soldados que foram defender a
Pátria brasileira.
LOCALIZAÇÃO DO MONUMENTO
Na volta dos expedicionários da Itália, o povo de Itatiba prestou-lhes homenagem com a construção de um monumento aos bravos pracinhas, que foi implantado na Praça Comendador Lourenço Alves (Largo do Rosário), inaugurado no dia 7 de outubro de 1945.
Em 1988, no final de administração de José M. Camargo, foi iniciada reforma no local, e abandonada. Com a posse do prefeito Roberto Lanhoso, este determinou que a praça fosse revitalizada e que o monumento fosse transferido para a Praça José Bonifácio, o que não agradou a muita gente. Posteriormente, já na administração do prefeito José R. Fumach,
foi-lhe encaminhado um abaixo-assinado para que o monumento voltasse ao Largo do Rosário, mas estudos da sua Secretaria de Obras mostraram que não seria mais possível por causa do trânsito de veículos no local, e seria colocado na Avenida da Saudade.
MUDANÇA PARA A AVENIDA DA SAUDADE
No dia 8 de maio de 1993 (publicação do Jornal de Itatiba), considerado o
Dia da Vitória, foi inaugurado pelo prefeito José Roberto Fumachi o novo monumento, que contou com a presença de alguns dos pracinhas itatibenses, atiradores do TG e soldados do 12º. GAC de Jundiaí. Usaram da palavra o Sub-Tenente Nilson Antão de Ávila, Cel.
Alcoforado do 12. GAC, o vereador José Luiz Bueno da Cunha, pela Câmara Municipal e Fortunato Reinaldi em nome dos pracinhas.
Até hoje muitos são os itatibenses que não concordam com a mudança de
local do monumento, entre eles o colunista do JI Celso Catalano, que sempre tem reivindicado a volta para o Largo do Rosário, que também é um pensamento da direção do JI, pois se dá a impressão que o “monumento ficou escondido”, e que nossos pracinhas deveriam ser melhor reconhecidos.
AS BOMBAS ATÔMICAS
A segunda guerra mundial foi iniciada em 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polônia pelos nazistas alemães de Adolf Hitler; já o fim da guerra conta com várias datas, entre elas, a de 14 de agosto, em que o Japão se rende depois das explosões de duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos.
“A primeira no dia 6 de agosto de 1945, em Hiroshima, quando a cidade acordava para viver um novo dia de verão, às 8h15, depois do toque de sirene, a explosão da luz do terror que me atingiu a 1,3 quilômetros do epicentro da bomba atômica”, descreve Takashi Morita no
livro de sua autoria, “A Última Mensagem de Hiroshima”. No dia 9 de agosto outra detonação de bomba, desta feita em Nagasaki às 11h02, com o mesmo efeito de Hiroshima, com pessoas instantaneamente carbonizadas, queimadas e com a pele se descolando do corpo.
O DIA D
Também o Dia D, 6 de junho de 1944, com invasão da Normandia pela Força Expedicionária Aliada, contribuiu e bastante para o declínio do poderio nazista. Foram mais de 7 mil navios, sendo1.200 de guerra e 4.200 embarcações, 132 mil soldados, mais 24 mil só na operação, culminando com mais de 1 milhão de combatentes que entraram na França.
No dia 8 de maio de 1945 com a capitulação da Alemanha nazista, chega o fim do conflito mundial, com a reunião em Potsdam dos grandes líderes, dos Estados Unidos, União Soviética e Inglaterra, mas com a guerra ainda seguindo até 2 de setembro quando o Japão
capitula de vez.
COLABORAÇÕES
Para a publicação dessa reportagem contamos com a colaboração de Mila Sanfins do Museu Municipal, e de consultas aos livros de Zico da Caixa, Takashi Morita e Histórias das Guerras, organizado Demétrio Magnolli, além de recortes de publicações do Jornal de Itatiba e do O
Progresso Itatiba