Bicentenário da Independência: independência ou morte!
Apesar de eternizado, grito do Ipiranga pode ter sido diferente
Foto: Agência Brasil
Por Carlos Molinari - Repórter da TV Brasil - Brasília
E se a frase mais famosa que você teria dito, não tivesse sequer sido proferida? É o que pode ter acontecido com Dom Pedro I. Ou, talvez, o famoso brado “independência ou morte” tenha sido parte de uma frase bem maior.
O que se falou exatamente em 7 de setembro de 1822, só quem estava lá sabe.
Ao receber várias cartas no caminho entre Santos e São Paulo, Dom Pedro decidiu tomar a decisão de romper os laços do Brasil com Portugal. “O pomo está maduro, colhe-o já”, escreveu a Princesa Leopoldina.
Padre Belchior de Oliveira, conselheiro de Dom Pedro, estava lá em 1822 e no seu depoimento escrito, em momento algum, lembra-se do famoso “independência ou morte!”. Para o padre, Dom Pedro teria dito algo assim, “Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil para sempre, separado de Portugal”.
Já o alferes Canto e Melo, irmão de Domitila, futura Marquesa de Santos, escreveu posteriormente que Dom Pedro falou em alto e bom som, “Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!”.
A comitiva de Dom Pedro era pequena. No máximo, 14 pessoas e outra testemunha dos fatos, o Coronel Manuel Marcondes lembrou-se que o grito que ficou marcado para sempre, foi, na verdade, tirado de uma frase bem maior proferida pelo príncipe-regente.
“Brasileiros! A nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte! E as nossas cores, verde e amarelo, em substituição às das cortes”.
Seja como for, foi forte o suficiente para romper os vínculos da colônia com a antiga metrópole e significou um novo capítulo na história da terra imensa, chamada Brasil.