Aumenta a produção de resíduos urbanos em Itatiba e Morungaba
Dados da Cetesb
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a produção de lixo urbano em Itatiba teve um aumento de 21,9%. Em 2013, eram geradas 74,23 toneladas de lixo diariamente; em 2018, aumentou para 90,49 toneladas por dia.
Procurada pela reportagem do JI para comentar os dados da Cetesb, a Secretaria de Obras e Serviços Públicos informou que o aumento na produção de lixo se deve ao crescimento da população itatibense e acrescentou que a Pasta tem trabalhado para acompanhar a demanda de descarte adequado dos resíduos.
Já a Secretaria de Meio Ambiente ressaltou que a geração de lixo fere o princípio estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos em seu art. 9º, que define a Ordem de Prioridade como ferramenta para a correta gestão de resíduos, que tem como pilar a não geração, seguida da redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada. A nota enviada pela secretaria diz ainda que, “a situação pode gerar diversas consequências negativas, decorrentes da disposição irregular dos resíduos ou da destinação inadequada destes materiais pela população, como, por exemplo, o descarte de seringas de insulina na coleta seletiva”.
Morungaba
Na Estância Climática de Morungaba, segundo o relatório da Cetesb, o aumento na produção de lixo no período citado foi de 6,62%, passando de 7,55 toneladas de lixo produzidas diariamente em 2013 para 8,05 em 2018.
Ao JI, a diretora de Meio Ambiente de Morungaba, Clara Geromel, explicou que o aumento na produção de resíduos afeta diretamente o município, tanto na questão ambiental quanto financeira, pois o custo para gerenciamento correto de resíduo sólido é extremamente alto. “O resíduo sólido afeta o ar, a água e o solo, impactando de forma negativa no meio ambiente, através de queimadas, descarte incorreto, produção de chorume durante a decomposição e contaminação dos lençóis freáticos. Em áreas urbanas, o descarte incorreto ou em lugares inadequados, causa a assoreamento de mananciais, enchentes e a poluição visual, visto frequentemente”, ressaltou Clara.
RMC
Em toda a Região Metropolitana de Campinas (RMC), o aumento foi de 7,26%, passando de 2,8 mil toneladas para 3 mil toneladas entre 2013 e 2018, o que corresponde a 340 quilos de lixo produzidos por cada habitante em um ano. De acordo com o Relatório do Banco Mundial do ano passado, a geração de lixo na região está acima da média mundial, que é de 270 quilos por pessoa.
Ao jornal Correio Popular, o engenheiro sanitário e consultor ambiental, Marco Antônio Bispo, disse que a RMC tem uma situação razoável quanto aos aterros sanitários, embora a reciclagem ainda seja muito pequena. Bispo afirmou que os impactos ambientais tendem a crescer se não houver mudança no padrão de consumo. “Perdemos o hábito de comprar produtos a granel e isso gerou um grande descarte de plástico, que só trazem danos ao ambiente”, ressaltou.