Após pressão, Joe Biden desiste de tentar a reeleição nos EUA
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Por Folhapress
Após pressão de democratas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que não irá concorrer à reeleição, em disputa contra o ex-presidente Donald Trump.
O anúncio da desistência foi feito em carta publicada nas redes sociais. "Meus colegas democratas, decidi não aceitar a indicação e concentrar todas as minhas energias em meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato. Por enquanto, quero expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tão fortemente para me ver reeleito".
“Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que os Estados Unidos não possam fazer - quando fazemos isso juntos. Só precisamos nos lembrar de que somos os Estados Unidos da América”, completou o presidente americano.
Presidente afirmou que vai fazer pronunciamento à nação ainda nesta semana. No pronunciamento, segundo ele, mais detalhes sobre a decisão serão explicados.
No texto, Biden apoiou a candidatura de Kamala Harris: "Minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E essa foi a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer meu total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano. Democratas - é hora de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos fazer isso", completou.
Desempenho fraco
Desempenho de Biden em debate da CNN acendeu um alerta no Partido Democrata. Com a voz rouca, uma gagueira persistente e frases confusas, o presidente deixou uma imagem oposta à mostrada pelo rival, que adotou um tom claro e enérgico no evento realizado em junho. Desde então, vários democratas têm demonstrado preocupação e sugerido que Biden abandone a disputa.
Pedido para desistência também veio de veículos tradicionais. O jornal The New York Times pediu, por meio de editorial, para que o atual chefe da Casa Branca desistisse da campanha pela reeleição. Até mesmo o ator e produtor George Clooney, um dos responsáveis por arrecadar fundos para a campanha, engrossou o coro daqueles que pediam para Biden desistir da corrida.
Gafes cometidas por Biden aumentaram a pressão. Em agendas no mesmo dia, ele confundiu o nome da vice-presidente democrata Kamala Harris com o rival Donald Trump e chamou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de Vladimir Putin.
Liderança democrata conversou com o presidente dias antes do anúncio, apurou a CNN. A ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, levou a Biden pesquisas que mostravam que ele não derrotaria Donald Trump e poderia acabar destruindo a chance democrata nas eleições da Câmara. O ex-presidente Barack Obama também evitou comentários públicos, mas o ceticismo dele sobre uma vitória de Biden não era um segredo nos bastidores, diz a CNN.
Ataque a tiros contra Trump não influenciou intenções de voto, apesar de teorias da conspiração que tentaram culpar Biden. O republicano manteve uma pequena vantagem sobre Biden, de 43% contra 41%, segundo a pesquisa Reuters/Ipsos feita dois dias após o atentado. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, eles estão tecnicamente empatados.