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Por Redação

Ameaçados de extinção, dois papagaios-de-peito-roxo criados como pet chegam ao Cras da Mata Ciliar

Por Redação

Foto: Divulgação

Fauna e flora estão intrinsecamente interligadas, sendo uma relação mútua de convívio e continuação das espécies. Porém, ambas também estão ligadas pelas ações negativas do ser humano, sofrendo diversas consequências que podem colocar em risco todo um ecossistema. Assim é o caso do papagaio-de-peito-roxo, espécie em perigo de extinção devido ao tráfico e a destruição de seu principal habitat, as florestas de araucárias, em que atua como um importante dispersor das sementes dessa árvore, espécie que também corre riscos devido a coleta predatória de sua madeira e de seu fruto, o pinhão.

Na última semana, o Cras da Mata Ciliar recebeu dois papagaios-de-peito-roxo, entregues pela Divisão de Educação Ambiental e Bem-Estar Animal de Várzea Paulista, depois de receberem os animais de munícipes que estavam criando como pets. Agora, devido o contato humano, os indivíduos passarão por procedimentos de reintrodução alimentar e de reabilitação sob os cuidados de nossa equipe.

“Eles chegaram com comportamentos estereotipados, que demonstram a domesticação, além das asas cortadas. Por conta disso, passarão por um processo maior de reabilitação. Um deles está doente, em que perdeu muita massa corporal e já iniciamos um tratamento intensivo. Ele, inclusive, tem uma alimentação viciada em sementes de girassol e não se alimenta de outras coisas, tornando a situação ainda mais preocupante visto a dieta baseada em gordura. Vamos continuar com os cuidados para que mais dois indivíduos consigam ter uma segunda chance de vida ou que possam contribuir para a perpetuação da espécie e, consequentemente, da araucária”, pontua Ana Julia Tonetti Claro, médica veterinária da Mata Ciliar.

Os projetos de restauração, reflorestamento e enriquecimento ambiental do De Olho nos Rios contam com mudas de araucárias, cuidadas e desenvolvidas pela equipe do Viveiro de Mudas, sendo uma das cinco espécies prioritárias produzidas pelo Projeto.

“A araucária está ameaçada de extinção. É uma árvore brasileira de grande porte, que cresce bastante ao longo dos anos, podendo passar de 30 metros tranquilamente. Ela depende da polinização cruzada, ou seja, um indivíduo feminino depende do pólen de um indivíduo masculino para que possa se reproduzir. E, diferente de outras espécies, a araucária demora um pouco mais para produzir os frutos, por isso, corre muitos riscos devido a coleta exploratória da madeira e do próprio pinhão, muito utilizado na culinária e na confecção de artesanatos”, explica Lucicleide Souza Barbosa, educadora ambiental do Projeto De Olho nos Rios.

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