Acampamento do 12º GAC é desmontado
Após um episódio de terrorismo em Brasília, a Justiça determinou que todos os acampamentos fossem desmontados
Foto: Reprodução/G1
Por Nathalia Sousa
Depois de 70 dias, o acampamento montado em frente ao 12º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) foi desmontado em Jundiaí, na tarde de ontem (9). A ação aconteceu em cumprimento à determinação judicial expedida no domingo (8). Também foi determinada, a partir do decreto presidencial 11.377, a intervenção federal, a fim de controlar a situação de vandalismo e terrorismo observadas no Distrito Federal.
Por volta das 13h, policiais militares rodoviários dialogaram com os acampados, que desde o dia 1º de novembro se concentraram no local para protestar contra o resultado da eleição presidencial. Aos poucos o acampamento foi desmontado e os agentes apenas acompanharam a situação. Não houve resistência e nem movimentação atípica.
Militares também participaram da ação. De acordo com o comandante do 12º GAC, tenente-coronel Forasin, os trabalhos começaram na manhã de ontem. O comandante também informou que, "de acordo com o decreto emitido com a finalidade de realizar a desocupação e dissolução total, em 24 horas, dos acampamentos realizados nas imediações das unidades militares, a operação deverá ser realizada pelas Polícias Militares dos Estados e DF".
PERMANÊNCIA
O acampamento de Jundiaí começou um dia depois do segundo turno da eleição de 2022, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva. Em protesto, alguns jundiaienses interditaram a rodovia Anhanguera na altura do 12º GAC. A rodovia foi desobstruída após alguns dias, mas o acampamento foi montado na frente do grupamento.
Houve saída de ônibus de Jundiaí para Brasília e há inclusive jundiaienses presos na Capital. Neste período em que estiveram no acampamento, outras polêmicas aconteceram, como o episódio em que estudantes que passavam pelo local foram agredidos em um ônibus. O ocorrido no acampamento montado na frente do 12º GAC ganhou repercussão nacional. O processo ainda está em tramitação na Justiça.
Em São Paulo, o secretário de Segurança Pública, capitão Guilherme Derrite, que é declaradamente bolsonarista, afirmou que as 34 ocupações do estado são desmontadas com diálogo. "É a certeza de que esse é o caminho. A gente vai cumprir a decisão judicial, mas a maneira como ela será cumprida vai ser o diferencial aqui em São Paulo. É uma orientação do governador [Tarcísio de Freitas] para que isso seja feito de maneira pacífica, e entendo que assim será", disse.
Derrite acredita que o observado em Brasília é distante do que aconteceu em São Paulo. "As ações que aconteceram em Brasília não encontram similaridade com os manifestantes de São Paulo. Aqui, temos uma situação de tranquilidade."
Em Brasília, a intervenção federal foi determinada pelo presidente após o episódio de terrorismo e vandalismo. Além dos presos no ato, agora os envolvidos direta e indiretamente no episódio são procurados para que haja punição.
* com informações do Jornal de Jundiaí