A importância de o Brasil abrir as portas aos afegãos
O jornalista Mané Massaretti fez um convite à missionária Fabíola Molulo para que, logo após as eleições, participe do programa ‘Debate’ da CRN
Foto: JI
Da Redação
Representantes da Igreja Batista, afiliada à Convenção Batista Brasileira, missionária Fabíola Molulu e sua auxiliar Jennifer Forte Soares estiveram no Jornal de Itatiba, recepcionadas pelo seu diretor Mané Massaretti e pela jornalista Eva Franco, da CRN, a quem repassaram importantes informações sobre os afegãos - que estão sendo abrigados em uma pousada na Estância de Morungaba, localizada às margens da Estrada Vicinal para Tuiuti.
Conforme dito por Fabíola, a pousada onde já passaram 250 afegãos - hoje lá estão 146 - pertence a um casal de empresários, frequentadores da Igreja Batista, e quando souberam que os refugiados estavam “confinados” nas dependências do Aeroporto de Cumbica, ofereceram a pousada, que estava desativada desde a pandemia, para que pudessem ali se alojar.
Por que ‘Vila Minha Pátria’?
Como eles vieram para o Brasil, que foi dos poucos países que aceitavam os refugiados, praticamente passaram a ser “apátridas”, mas em recebendo as documentações e o visto para residir no Brasil, resolveram denominar a pousada de: “Vila Minha Pátria”. Registre-se: não tem nada a ver com a política brasileira ou com os governos federal, estadual ou municipal. Porém são por demais agradecidos ao prefeito Marquinho de Oliveira e à Prefeitura de Morungaba, pelo apoio oferecido à Igreja Batista e aos afegãos.
Segundo Fabíola, eles agradecem demais à recepção do povo brasileiro, pelo carinho e amor recebidos, pois antes passaram pelo Irã, que tem a mesma religião deles - são muçulmanos e não cristãos - e foram muito maltratados, ao contrário do que acontece no Brasil.
Afegãos ‘já brasileiros’
Três mulheres que estavam grávidas nesse período deram à luz três bebês na Maternidade da Santa Casa de Itatiba, portanto sendo considerados “brasileiros”. As crianças estudam nas escolas de Morungaba, e têm mais facilidade de aprender a língua portuguesa. Gostam muito de futebol, tendo entre eles um jogador profissional, e nas partidas contra os brasileiros que trabalham na pousada, eles, segundo Fabíola, sempre vencem as partidas.
Todos os hóspedes fazem esse estágio de três a seis meses, pois a pousada não é para que eles fixem residência, pois terão que seguir em frente para ter vida própria futuramente. Vários já foram encaminhados para Florianópolis, para o Espirito Santo, Rio de Janeiro e para São Paulo, ao Bairro da Penha. Eles terão direito a uma casa por um ano, sem pagamento de aluguel, mas depois terão vida normal, vivendo como cidadãos brasileiros.
Salvos de morrer
Como o Brasil foi dos poucos países do mundo que aceitaram receber os afegãos, eles agradecem demais, por muitos dos que vieram para o Brasil escaparam de morrer, pois os talibãs estavam à caça dos que por ventura tivessem prestado serviços aos norte-americanos.
A missionária Fabiola diz que a Igreja Batista é que praticamente “banca as despesas da Vila”, mas eles aceitam doações, principalmente de leite e de óleo, que eles usam bastante, além de produtos de higiene e limpeza.
Programa ‘Debate’ da CRN
O jornalista Mané Massaretti fez um convite à missionária Fabíola Molulo para que, logo após as eleições, participe do programa “Debate” da CRN, para que os itatibenses e os morungabenses conheçam um pouco mais da difícil, espinhosa, mas bela história dos refugiados afegãos.