A história da salvação da ararinha-azul
Por Tati Petti
Conhece o filme Rio? Os personagens Blu e Jade são da espécie ararinha-azul. Ela foi descoberta em 1819 e sofreu processo de extinção na natureza, por causa da destruição do ambiente e a captura para venda ilegal, até que em 1986 restaram apenas três soltos. Um último desapareceu em 2000, quando foi decretada a extinção da espécie na natureza.
A ararinha só não desapareceu por completo porque havia cerca de 50 vivendo em criadouros espalhados pelo Brasil e o mundo. Segundo a Agência Brasil, ainda na década de 90, o governo brasileiro começou um projeto para reprodução desses animais e a negociação do retorno de parte das aves que estavam no exterior. Então segura a emoção que vem notícia boa por aí.
PLANO CONTRA A EXTINÇÃO
Em 2012, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) criou um Plano de Ação Nacional (PAN) para a ararinha-azul. Quatro anos depois, o criadouro alemão Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP) e o ICMBio lançaram o Projeto de Reintrodução da Ararinha-azul, que permitiria a repatriação (volta ao Brasil) dos 52 animais em 2020. Hoje, a população mundial de ararinhas é de quase 200 (olha que beleza!).
Nos últimos dois anos, as ararinhas passaram por processo de adaptação em um viveiro instalado na cidade de Curaçá, na Bahia. Isso porque a ararinha-azul é uma espécie exclusiva do Sertão do São Francisco, especificamente deste munícipio.
Para esse projeto de reintrodução, foram criadas, em 2018, duas áreas de preservação nos municípios de Curaçá e Juazeiro: a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul e o Refúgio da Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, que, juntas, somam 120 mil hectares.
A SOLTURA
No sábado passado, dia 11 de junho, cinco fêmeas e três machos foram soltos! Viva! O objetivo é de, aos poucos, reintroduzir a espécie na natureza. Estes animais estão marcados com anilhas e transmissores, que permitirão seu rastreamento por alguns meses.
A proposta é soltar mais 12 ararinhas em dezembro deste ano, totalizando 20 aves em liberdade na caatinga.
ANIMAÇÃO
Para celebrar o retorno das ararinhas-azuis no Brasil, um curta-metragem de 11 minutos foi idealizado pelo ambientalista sertanejo Victor Flores. Na produção, a chegada de um grupo de ararinhas azuis repatriadas da Europa para o Brasil é interrompida quando a caixa de transporte, misteriosamente, é roubada.
Cabe à Tita e aos amigos Timbum (o peixe-pintor) e Dudé (o bode aventureiro) investigarem o ocorrido e encontrarem uma solução para salvar os animais e proteger a caatinga. O curta pode ser visto no canal do YouTube Victor Flores – basta procurar por As Aventuras de Tita.
Projeto Ararinha-Azul é realizado em parceria pela AkzoNobel/Tintas Coral, Azul e Embraer para a conscientização sobre a preservação da biodiversidade.